Esse lugar foi feito para VOCÊ!
Aqui no blog, você encontrará artigos sobre práticas espirituais, saúde mental, resumos de livros e temas diversos da psicologia. As publicações abordam temas como técnicas de meditação, dicas para fortalecer a autoestima, a importância da saúde mental e o poder da resiliência.
Este é o espaço onde compartilho meus aprendizados e práticas que ajudam você a alcançar paz interior e uma vida mais consciente.
Sobre Mim:
Juliana Neves
Sou estudante de psicologia e apaixonada por autoconhecimento, espiritualidade e desenvolvimento humano. Por meio dos meus conteúdos, exploro diversas práticas como meditação, resumos de livros transformadores e dicas de autocuidado. Como uma "pisciana sonhadora", busco ajudar as pessoas a encontrarem o equilíbrio entre o autoconhecimento e a prática de novas vivências para viver de forma plena e alinhada com o que realmente importa.
Você não venho ate aqui para desistir!
Boraaaaa Viver !!






Saí para almoçar sozinha.
No começo, pareceu um desconforto...
Eu ainda estou nesses movimentos de despertar o meu autoconhecimento, de fazer coisas sozinha, para lembrar a mim mesma que eu sou capaz.
Capaz de viver momentos bonitos comigo. Capaz de estar presente na minha própria companhia.
É claro que quando temos alguém por perto, amigos, um amor, uma boa conversa, tudo fica mais leve. Mas existe algo profundamente transformador em aprender a estar com a própria presença. Estar inteira, mesmo sem plateia.
Naquele dia, fui fazer umas compras. Era o meu dia do merecimento. Estava precisando de umas roupinhas novas. Mas até então, eu nunca tinha saído para almoçar sozinha.
E a resistência, ela vem forte até o último segundo. Até o momento em que você senta.
E se permite ficar.
Escolhi o Coco Bambu. Gosto do ambiente. É bonito, agradável, movimentado.
Fui na hora do almoço o restaurante estava cheio. Grupos de amigos, famílias reunidas, casais conversando. Meu combinado era claro: eu ia sentar, observar o movimento, e não me esconder no celular.
Mas a primeira coisa que fiz, quase sem pensar, foi pegar o celular. Um reflexo automático.
Um disfarce. Mas ali mesmo, respirei fundo, escolhi meu prato e reafirmei minha decisão:
Eu ia estar presente. Ia ficar comigo. É curioso como o corpo reage nessas horas. Ele quer fugir. Ele sente desconforto, como se algo estivesse errado. Como se estar sozinha em público fosse um perigo. Mas aos poucos, ele aprende.
A gente mostra pra ele que está tudo bem. Que é só um almoço. Que não dói. Que passa.
E foi aí que fiz um segundo desafio comigo mesma: pedi um prato que nunca tinha comido antes. Era carne, nada tão radical mas um prato novo, que nunca havia me permitido experimentar. Aproveitei o momento para abrir espaço também para um novo paladar. Para o novo. Porque, sim, a gente também tem resistência ao diferente.
A pessoa que não está acostumada com mudança vive presa ao mesmo ciclo.
E quando precisa sair dele, até algo simples como comer algo novo parece desconfortável.
Mas quando você se arrisca, descobre que pode gostar. Pode amar. Pode se surpreender.
E aí entende que talvez nunca tenha sido falta de gosto, era medo. Era só o apego ao conforto.
E assim eu fiz.
E é incrível como, quando a gente vence esse medo, algo dentro da gente renasce.
Você percebe que existe uma parte sua que gosta da mudança, que ama o novo, que se alegra ao sair da zona de conforto.
E você começa a entender que:
Você é muito legal sozinha.
Você é inteira sozinha.
Você é capaz de arriscar.
Você é capaz de viver coisas novas.
E que o mundo… é muito maior do que a sua zona segura.
Você tem um universo de infinitas possibilidades diante de você.
Mas o maior desafio é sempre dar o primeiro passo.
E é por isso que a gente precisa aprender a arriscar mais. Porque é no risco que descobrimos quantas coisas incríveis o mundo guarda pra gente. Quantas pessoas maravilhosas estão por aí. Quantas conversas transformadoras. Quantas experiências esperando a nossa coragem.
A gente se acostuma com as mesmas pessoas, os mesmos lugares, os mesmos hábitos. Mas, quando nos permitimos sair da bolha, descobrimos que há um mundo inteiro esperando por nós.
E, no final de tudo, sabe o que foi?
Um almoço tranquilo.
Gostoso.
E que preencheu mais uma parte do meu ser.
Hoje, eu me emociono com cada nova experiência que vivo. Olho para trás e vejo o quanto me impedi de viver.
Me impedi de conhecer o mundo. De viver amores, aventuras, encontros.
O medo roubou tanta coisa de mim...
Mas aqui está a grande boa notícia:
Quando a gente decide vencer o medo, ainda dá tempo de viver tudo.
E como eu costumo dizer: Do outro lado do medo, a vida é realmente incrível.
Minha Primeira Cerimônia do Cacau: Um Encontro com o Amor, a Presença e a Cura
14 de junho de 2025
Fui convidada para um aniversário.
Mas não era uma festa comum era uma cerimônia do cacau. Um encontro sagrado entre mulheres, um ritual de presença e conexão.
Confesso que, embora já tivesse me interessado por esse tipo de vivência, naquela semana eu estava resistente. Um certo desânimo pairava em mim. Muitas desculpas surgiram na minha mente: o horário, o cansaço, os compromissos.
Eu estava em dualidade. Parte de mim queria ir, parte queria se esconder.
Mas conforme o dia se aproximava, comecei a sentir um chamado. Acredito muito que, quando estamos prestes a subir de nível em alguma área da vida, o mundo espiritual nos testa. A resistência aparece como última barreira antes da expansão.
E foi assim que, com algumas amigas, aceitei o convite e fui.
Um Jardim, Uma Roda, Muitas Histórias
Ao entrar no jardim onde aconteceria a cerimônia, algo mudou. Uma energia gostosa pairava pelo ar. Era como se o próprio espaço dissesse: aqui existe amor. Aqui existe paz. Aqui existe presença.
Aos poucos fomos chegando, arrumando nosso lugar na roda. Mulheres de todas as idades, cada uma com sua história, sua bagagem emocional. E ali, no simples gesto de compartilhar um pouco de si, eu percebi: estamos conectadas por dores muito parecidas. E mais percebi como somos arrogantes às vezes com nossas próprias dores.
Achamos que estamos sendo punidas, que o que vivemos é único. Mas basta ouvir com atenção uma mulher ao seu lado para entender, todo mundo está passando por algo. Precisamos parar de olhar só para o nosso umbigo. Todo mundo precisa de amor. Todo mundo precisa ser visto.
A Presença de Deus, a Força da Música e a Sabedoria do Cacau
A noite foi chegando, e com ela, a cerimônia. A condutora começou a falar e, enquanto suas palavras ecoavam, parecia que véus estavam sendo rasgados. “Quem tem ouvidos, ouça.”
Chegou o momento da entrega do cacau. Uma a uma, caminhávamos até a cerimonialista, recebíamos a medicina, uma carta do oráculo, e retornamos ao nosso lugar com intenção. É nesse momento que você procura o nada, e encontra tudo.
Tudo está ali. Diante dos seus olhos. Aquilo que você guardou a sete chaves começa a se apresentar. E às vezes, preferíamos deixar ali por mais uns anos, mas a verdadeira cura só acontece quando temos coragem de tirar o curativo e deixar a ferida respirar.
O Coração Fala Quando Você Silencia
Fomos conduzidas a uma meditação profunda. Entramos no coração.
Ali, encontro meus irmãos sorrindo. É claro que eles estariam lá. Sempre estiveram. Mas é hora de ir além, vamos passando pelas camadas do coração. Chegamos a portas fechadas, escuras, esquecidas. Abro uma. O cheiro é de mofo. Faz tempo que esse lugar não vê luz. Mas o que me chama atenção é a presença...
Uma pessoa está ali presa. Achei que ela já tivesse ido embora à muito tempo. Mas ela ainda mora aqui.
E ali, entendo: Essa porta fechada pode estar travando alguma área da minha vida.
Talvez seja por isso que aquele projeto não anda, aquele sonho não se concretiza.
Eu preciso deixar essa pessoa ir. É hora de abrir as janelas, deixar o sol entrar, permitir o novo.
No Fundo do Coração, Um Jardim
Depois desse quarto, sigo adiante, encontro um jardim. Lindo. Flores, cores, pássaros, e uma presença que acalma a alma. E então...
Vem uma criança correndo, feliz, sorridente.
Me emocionei. Há tanto tempo não via essa menina assim. Nos nossos últimos encontros, ela estava sentada no chão, imóvel, de cabeça baixa. Foram muitas curas até aqui. E hoje, vê-la sorrir me mostrou:
Todo o caminho valeu a pena. Aquela menina era eu.
O cacau é a medicina do amor, da fertilidade.
E ali, em um choro constante de alegria, de cura, de restauração, só ouvia uma coisa:
“Você está pronta. Vai, sem medo.”
Saí dessa experiência transformada. Daqui, já saiu coragem para mais um projeto. Já nasceu mais um produto. Aqui, renovei minhas forças para continuar.
E sabe onde tudo isso estava escondido?
Naquele quarto mofado.
Para dar luz a novos sonhos, é preciso perdoar.
É preciso abrir espaço.
É preciso deixar que a vida siga seu curso.
Mesmo que eu tente, não conseguiria expressar por completo tudo o que vivi. Mas de tudo, o que quero deixar para você é:
É tempo de olhar os quartos escuros do seu coração.
É tempo de abrir as portas e deixar o sol entrar.
É tempo de acessar o próximo nível da sua vida. Ainda existe vida ai dentro.
Com amor, Ju Neves
18/04/2025
Hoje saí para caminhar na praia


Estou há quatro dias em Caxias do Sul, na casa dos meus pais. Decidimos ir para a casa de praia, eu fui junto, já que o local é caminho da minha casa mas mais do que isso, estou precisando reaprender a conviver com meu pai. Aceitá-lo com suas dificuldades e com seu jeito de ser.
Tenho percebido, nesses meus processos, como temos dificuldade de aceitar as pessoas como elas são. Queremos, a todo custo, que elas sejam como nós desejamos, molda-las ao nosso jeito, para nos agradar, como se fosse obrigação delas.
O mais duro e, ao mesmo tempo, bonito nessa viagem, foi o meu modo de olhar para meus pais. Fiquei parada num canto, apenas observando. Quando não sentimos necessidade de falar o tempo todo, conseguimos ver muita coisa. As entrelinhas estão ali, expressando o que muitas palavras não conseguem dizer.
Sempre fui a pessoa que queria retrucar meus pais, apontar defeitos, ensinar. Tinha pouco tempo para observar. Mas tenho guardado mais minhas palavras e observado mais, permitindo que meus pais apenas sejam pais. Tenho deixado que se preocupem com os filhos, que falem o que acham melhor pra mim, mesmo que eu não siga seus conselhos. Ainda assim, sai muita sabedoria da fala deles.
Ali, num canto, apenas observando o que estava acontecendo, vi as expressões no rosto deles. A idade está chegando. E resta uma reflexão:
Quanto tempo ainda temos?
São pensamentos que precisamos nos permitir ter. Eles nos dão uma nova visão sobre os próximos passos. O “depois” pode não acontecer. E será que temos aproveitado para ouvir mais suas vozes? Para abraçar mais? Para acolher as sabedorias que ainda têm para nos oferecer? Será que permitimos que eles sejam pais à sua maneira, com seus cuidados, com seu jeito de preparar um bolo, um churrasco, um pote de comida para a viagem?
Volto a dizer: nosso problema é querer que o outro nos ame da maneira que agrada o nosso ego. Mas preciso te dizer: você recebe muito amor quando decide aceitar que o outro entregue à sua maneira não da forma que vai acariciar seu orgulho.
Pausa para você refletir...
...Voltamos.
Mesmo que eu esteja gostando das minhas novas experiências e dos meus momentos em família, isso ainda é bastante novidade pra mim. Como sou acostumada a ficar sozinha, estar em locais movimentados o dia todo me cansa mentalmente. Estou fora da minha rotina, sem treinos, com alimentação diferente, dormindo em horários fora do habitual e tudo isso deixa meu corpo em alerta. É diferente. E o diferente assusta, não é mesmo?
Você consegue ter essa percepção sobre você? Consegue perceber tudo que interfere no seu estado emocional?
Esse é um fator chave para decidir quem você vai se transformar nos ambientes que frequenta.
Se não reconhece que seu corpo, fora da rotina, com sono atrasado, se alimentando mal, entra em colapso, você nem vai perceber que seu humor foi embora e que, no lugar dele, ficou a irritação.
Sentindo que precisava de um momento sozinha, com o coração meio angustiado, peguei minha bolsa. Coloquei dentro o essencial: papel, caneta, água e celular. Queria registrar aqueles momentos únicos, que merecem memória.
A vista estava linda demais.
Na minha frente, poucas nuvens cobriam o céu. A lua ainda se despedia. No mesmo instante, atrás de mim, o sol dava bom dia com seu brilho radiante. Muitas nuvens desenhavam o céu.
Como pode, ao mesmo tempo, em lados opostos, duas realidades tão distintas?
Cada extremo traz sua beleza. Mas o observar sem querer nada em troca, apenas observar e sentir, me fez perceber que existe uma presença absurda nesse lugar. Meu coração começou a desmanchar sua agonia, e as lágrimas tomaram conta dos meus olhos.
Uma mistura de despedida da dor com entrada da paz.
Isso é cura.
Isso é paz.
Isso é o amor de Deus trazendo harmonia entre dois mundos.
O mar, em tons de chocolate. A água escura, mas calma como quem dá boas-vindas e toca uma música suave ao fundo.
Há movimento. Pássaros, cachorros, pessoas sozinhas, acompanhadas. Alguns pescando, crianças brincando, casais apaixonados.
O movimento da vida é necessário.
É vida!
Algo dentro de mim estava nostálgico há alguns dias. O passado insiste em nos visitar. Traz poucas memórias boas para chamar de saudade... apenas migalhas emocionais, diante de algo que já terminou e num lugar onde também existiu dor.
Como diz Thamires Hausch:
"Saudade do quê? Das migalhas que recebeu e insiste em lembrar como se fosse a melhor coisa do mundo?"
Não tenho essa resposta pra te dar, querido leitor. Sou de carne e osso como você. E creio que, muitas vezes, vivemos o mesmo caos emocional, presos às armadilhas da nossa mente.
Mas eu acredito que não sentimos saudade das migalhas que recebemos, mas sim, nos apegamos às infinitas ilusões que criamos de um futuro que nunca vai existir.
Vivemos no passado criando "e se":
E se eu tivesse feito aquilo?
E se eu tivesse agido diferente?
Mas a verdade é: não poderíamos ter feito diferente.
O que podemos e precisamos é ter coragem para enfrentar os "e se", dizer a eles que nada mais pode ser feito, e nos apresentarmos ao presente.
Viver o agora.
Podemos continuar carregando dor, tristeza e melancolia. Mas a única certeza que temos é que o passado não pode ser alterado.
Precisamos decidir agora que merecemos o futuro. Que o passado foi apenas escola.
Agradecemos o aprendizado e seguimos.
Caminhamos pelo presente com coragem, com vontade de viver. Apreciando a vida em sua totalidade.
E se hoje fosse seu último dia de vida?
Como disse o pastor André Fernandes:
"Viva como se todo dia fosse o último. Um dia, será."
Para finalizar meu caminhar, te convido a essas breves reflexões.
Minha alma retornou mais leve, depois de algumas lágrimas, linhas escritas, o som do mar e o sol aquecendo meu corpo.
Compreendi que não vou conseguir entender todas as nuances da vida.
Mas preciso compreender que tudo o que acontece é o melhor que poderia ter acontecido.
E que, mesmo nos dias em que minha mente vagueia pelo passado, trazendo ilusões de algo que não existiu, Deus sempre estará ali para me dizer que tudo vai ficar bem.
Mas, para encontrá-lo, eu preciso silenciar as vozes que tentam ocupar o lugar dele dentro de mim.
É no silêncio que você encontra sua voz. - Juliana Neves
O Término Acontece em Ciclos
O fim de um relacionamento não acontece no momento em que um dos dois diz "acabou". Essa decisão pode colocar um ponto final na comunicação direta, mas o término real é um processo que se estende por muito mais tempo. Ele se alastra por semanas, meses e, para algumas pessoas, até anos.
Encerrar um ciclo amoroso não significa apenas parar de falar com o outro. Significa ressignificar cada lembrança, cada espaço que foi compartilhado. Porque a vida continua e, em cada lugar que você frequenta, em cada roda de amigos ou reunião familiar, sempre haverá uma pergunta, uma música, um cheiro, uma comida ou uma simples frase que trará à tona lembranças do relacionamento que terminou. E, diante dessas situações, você precisará fechar mais um ciclo.
Por isso, digo com convicção: o término acontece em fases. Cada memória ressignificada, cada lembrança que deixa de doer, cada vez que você responde com leveza quando perguntam sobre a relação, tudo isso é parte do processo de fechamento. Você está, pouco a pouco, finalizando aquele namoro.
Eu amo rituais, e eles são poderosas ferramentas para nos auxiliar em processos de transição. Rituais marcam inícios e encerramentos. Eles nos ajudam a permitir que o novo se manifeste e que o velho se despeça com gratidão, aceitando os aprendizados e os momentos vividos. Encerrar um ciclo com consciência e intenção é uma forma de se libertar, perdoar e abrir espaço para o extraordinário que está por vir.
Se você está passando por um término, seja de um relacionamento amoroso, uma amizade ou uma parceria profissional, compreenda que esse processo leva tempo. Não acontece da noite para o dia. Tenha paciência consigo mesma. Trate-se com amor, carinho e respeito. Permita-se curar no seu próprio ritmo. Sim, a cura pode ser demorada. Você precisará deixar ir memórias, soltar os planos e os projetos que imaginou ao lado daquela pessoa. Mas quando essa cura finalmente chega, você se abre para um futuro ainda mais brilhante.
Tudo passa. Sempre temos a possibilidade de um recomeço mais bonito. Mas, para isso, precisamos acreditar.
Então, querida rainha, não tenha pressa. Encerre seus ciclos no tempo que precisar. Cuide-se. Fortaleça-se. E jamais desista de você.
NÃO TENHA MEDO, RAINHA. FINALIZE SEUS CICLOS E ESTEJA PRONTA PARA O EXTRAORDINÁRIO QUE VEM DEPOIS.
O Poder de Resignificar Lugares, Momentos e Situações
Resignificando Memórias e Lugares
Eu amo essa confeitaria. Tive momentos maravilhosos aqui. Amo especialmente a fatia de bolo generosa, cheia de morangos, acompanhada de um bom café. No entanto, algumas lembranças dolorosas se misturaram a esse lugar, e por um tempo, parei de visitá-lo. Passei a associar essa confeitaria à dor.
Mas, como eu disse, eu amo esse lugar. E às vezes, amamos algo que, em determinado momento, se entrelaça com memórias de sofrimento. Isso pode nos impedir de desfrutar algo que antes nos fazia tão felizes: um lugar, uma situação ou até mesmo pessoas.
A beleza da vida, porém, é que ela nos dá a chance de resignificar. A mente humana não distingue o real do imaginário, e isso nos oferece o poder de recriar memórias, mesmo que seja apenas em nosso interior.
Então, no dia 11 de janeiro de 2025, tomei uma decisão: ressignificar este lugar. Era uma missão especial, talvez uma das mais bonitas que já me propus. Queria voltar a viver bons momentos aqui, e isso dependia de mim.
Peguei meu livro, meu caderno de anotações e fui à confeitaria. Pedi meu bolo favorito, saboreei cada pedaço e observei o movimento ao meu redor. À minha frente, um senhor de idade avançada reclamava da demora no atendimento. Ele disse algo que me fez refletir profundamente:
"Na minha idade, não posso me dar ao luxo de esperar tanto. Estou perdendo tempo da minha vida."
Achei seu argumento válido, mas aquilo me despertou outra reflexão: será que vivemos de forma tão apressada ao longo da vida que, ao chegar à velhice, nos damos conta de que não temos mais tempo? Será que deixamos os dias passarem tão rapidamente que, lá na frente, sentimos falta de mais memórias, de mais vida vivida?
Por outro lado, olhei para aquele senhor e pensei: estar ali, saboreando um café com o filho, observando o movimento das pessoas, também poderia ser uma forma de criar memórias e viver o presente. Por que estamos sempre com tanta pressa? Estamos realmente aproveitando o presente de estar vivos?
Nesse momento de introspecção, li cinquenta páginas do meu livro, escrevi duas páginas de reflexões e fiz afirmações de gratidão. Reafirmei o quanto amo aquele lugar e comecei a construir novas memórias — desta vez, cheias de alegria, paz, felicidade e liberdade.
Concluí algo importante: é preciso coragem para encarar o que nos atormenta, liberar aquilo que não nos traz paz e permitir que a felicidade entre em nosso coração. Só você tem o poder de impedir sua própria felicidade. Ninguém mais tem esse poder sobre você.
Se algo está incomodando, libere perdão. Pode não parecer óbvio, mas você é a única pessoa que sofre por carregar essas mágoas. Assuma o controle que já é seu, ressignifique memórias, transforme situações e eleve-se a um novo nível.
Lembre-se: a vida passa rápido demais. Você está vivendo plenamente hoje? Ou vai esperar para começar lá no futuro, onde tudo é incerto e, honestamente, pode nunca chegar?
Com Amor Juliana Neves


Como a Dor Me Fez Encontrar a Mim Mesma
Sempre ouvi autores dizendo que, nos momentos de dor profunda, é onde nasce a verdadeira força. Por muito tempo, duvidei disso, mas o ano de 2024 trouxe a prova que eu vinha lendo há anos. Este ano trouxe uma dor imensa, um tipo de sofrimento que nunca tinha experimentado. Em resposta, me isolei completamente.
Ao lidar com o luto, muitas vezes passamos por cinco fases: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. A negação é um estado em que tentamos nos convencer de que tudo é um mal-entendido, que a dor vai passar, ou que a outra pessoa está confusa. Em seguida, vem a raiva, onde buscamos um culpado – seja nós mesmos, com culpa e vergonha, ou o outro, que de repente parece cheio de defeitos.
Passamos então pela barganha, onde tentamos negociar com a realidade, implorando ao outro, a Deus, ou a qualquer força superior que nos ajude. Depois, enfrentamos a depressão: um vazio total, falta de vontade de socializar, comer, e até de viver. O mundo perde o brilho, e a vida parece ter acabado. Cada pessoa experimenta essas fases de maneira única e por tempos variados – pode durar dias, meses ou até anos. Finalmente, chega a aceitação, onde a dor ainda está lá, mas já conseguimos ver um céu azul novamente.
Para mim, essa dor foi um “restart”, um reinício em minha vida. Sei que muitas pessoas podem se perder em seu luto, mergulhando em um poço tão profundo que nunca mais conseguem sair. No meu caso, ele veio como um ensinamento. Mesmo cercada de pessoas, me senti sozinha. Ninguém parecia compreender a minha dor – e foi nesse vazio que senti a necessidade de buscar Deus.
Sei que parece clichê, mas já tive encontros com Deus antes. No entanto, desta vez, acredito que Ele veio até mim. Não foi algo imediato; era um processo de técnicas, lágrimas e purificação. Lentamente, Ele foi limpando minhas feridas e me dizendo que tudo ficaria bem. Esse foi o meu despertar.
Hoje, me pergunto: onde eu estaria se nada disso tivesse acontecido? Provavelmente paralisada, vivendo uma vida mediana, esperando que algo melhor acontecesse sem fazer minha parte.
Deus já determinou que podemos ser e ter o que quisermos nesta vida. Mas, ao entrar nessa busca de receber do universo, às vezes esperamos que tudo chegue até nós de forma milagrosa, sem esforço. Queremos que o universo faça sua parte, mas evitamos fazer a nossa.
Sempre fui sonhadora, mas também procrastinadora. Faltava disposição para estudar, enfrentar a vida de verdade, e isso me manteve anos no mesmo lugar. Não estou dizendo que milagres não acontecem; eles acontecem, mas, se acompanharmos cada oração com ações concretas, os resultados serão muito mais rápidos e poderosos.
Oração significa orar e agir. Nada na vida vem de graça; é preciso sair da zona de conforto, enfrentar nossos medos e encarar as frustrações que inevitavelmente surgirão no caminho. Pare de julgar aqueles que fazem o que você gostaria de fazer, mas ainda não teve coragem.
Se há algo que aprendi e que deixo como conselho é: ninguém, absolutamente ninguém, tem a obrigação de acreditar nos seus sonhos. Você é o único responsável por eles e deve ser seu maior incentivador.
Minha maior lição em 2024 foi:
Vença seus medos.
Organize seus projetos.
Seja forte por você mesmo.
Você é a pessoa mais importante do seu mundo. Busque com toda a sua força se curar, se conhecer e se amar.
Persiga seus sonhos como se fossem a coisa mais importante – porque são. Se passar por esta vida apenas contando sobre os sonhos dos outros, todo o caminho terá sido em vão.
Marcos de Transformação: Minha Jornada Rumo ao Autoconhecimento
Os marcos em nossa vida são como capítulos de um livro, cada um trazendo mudanças, aprendizados e desafios que nos moldam. Eles nos ajudam a refletir sobre quem somos e para onde queremos ir, funcionando como pontos de virada que nos permitem reavaliar o que realmente importa. Alguns marcos podem parecer pequenos, enquanto outros têm o poder de transformar completamente nossa trajetória. O mais importante é como escolhemos aprender e crescer a partir deles.
Sempre fui uma pessoa ansiosa e, por muito tempo, usei o "merecimento" como uma forma de recompensa. Quando estava feliz, comemorava com comida e álcool. Nunca com uma saladinha, claro, mas sempre com pizza ou algo mais indulgente. Não me entenda mal, eu amo pizza! O grande problema é que, quando estava triste, o meu sistema de escape era o mesmo: “Hoje vou me permitir comer algo que eu gosto, pois não estou em um dia bom.”
Esse ciclo criou um padrão perigoso, especialmente com o consumo de álcool. O que muita gente não sabe é que mesmo "uma cervejinha por dia" pode, com o tempo, se tornar um hábito que não percebemos até que seja tarde. A felicidade leva à celebração, a tristeza ao consolo, e outros eventos sociais apenas reforçam esse padrão. De repente, a bebida está presente em todos os dias da semana. O pior é que encontramos justificativas para mantê-la. Foi aí que percebi como essa relação era prejudicial.
Essa dinâmica me levou a pesar 75 quilos. Para alguém com 1,55 m de altura, isso foi significativo. O peso, em si, não era o maior problema; o que realmente me incomodava era não gostar da imagem refletida no espelho. Usei por muito tempo a frase "Eu me gosto assim, as pessoas têm que me aceitar", mas, no fundo, essa era uma defesa para esconder meu descontentamento. Quem realmente gosta de si mesmo não precisa reafirmar nada para ninguém; apenas é. Aceitei que precisava mudar.
No início, a mudança foi difícil. Não tinha força atratora suficiente e precisei de ajuda. Aprendi que assumir nossas condições e buscar apoio não é fraqueza, mas um ato de coragem. É assim que retomamos nosso poder.
O Papel do Merecimento na Transformação
Podemos usar o "merecimento" de forma mais consciente, como uma ferramenta para alcançar metas. O primeiro passo é reavaliar o nosso sistema de recompensas. É preciso parar de ser um "mimado dopaminérgico" que busca recompensas fáceis para qualquer pequena realização. Comer algo fora da dieta, comprar itens desnecessários ou passar horas nas redes sociais são escapes que, ao final do dia, só nos deixam mais cansados e frustrados.
Limpar o sistema de recompensas significa ensinar o cérebro a se esforçar mais por recompensas mais significativas. Isso exige persistência e autorreflexão. Sugiro um exercício prático: anote cada vez que buscar algo como recompensa e o sentimento associado a essa ação. Depois, redefina metas e crie recompensas saudáveis para cumpri-las, como comprar um objeto desejado, sair para comer algo especial ou celebrar com amigos. Esse processo fortalece a sua disciplina e cria um ciclo positivo de realizações.
Com o tempo, percebi que o verdadeiro "merecimento" está em construir hábitos que nos aproximam de nossos objetivos, em vez de nos afastar. A jornada não é linear, mas cada passo conta. Persistir é essencial, mesmo diante de recaídas. Afinal, o cérebro aprende pela repetição, e é no retorno ao "dia um" que construímos a verdadeira mudança.
Meu Primeiro Grande Marco: Novembro de 2019
Essa reflexão sobre o "merecimento" foi essencial no meu primeiro grande marco de transformação. Em novembro de 2019, tomei uma decisão que mudaria minha vida: me mudei de cidade. Deixei para trás a família, os amigos e o conforto de uma vida conhecida. Passei a morar de favor na casa de duas amigas, e, pela primeira vez, precisei lidar com a solidão.
Longe de tudo e todos, tive muito tempo para refletir sobre quem eu era. Comecei a questionar minha identidade e minhas escolhas. Por anos, minha vida foi guiada pelos desejos dos outros. "Escolhe você" era minha frase favorita, um escudo que me isentava da responsabilidade e do peso das decisões. No entanto, ao me afastar dessas influências, percebi o quanto eu desconhecia a mim mesma.
Que tipo de filme eu gostava? Não sabia. Qual era minha comida favorita? Não fazia ideia. Até mesmo na escolha de roupas, preferia ganhar peças do que decidir por mim mesma. Esse distanciamento me forçou a encarar essas perguntas e muitas outras. Foi doloroso perceber que, apesar dos 27 anos de vida, eu não tinha um senso claro de quem eu era ou do que queria.
Nesse período de introspecção, também enfrentei um sentimento de inadequação. Não tinha casa própria, carro, relacionamento amoroso ou filhos. Sentia que falhava em atender às expectativas impostas pela sociedade. No entanto, percebi que parte dessa infelicidade vinha de medir meu valor com base nesses padrões. Comecei a entender que a verdadeira realização não está em cumprir uma lista pré-determinada, mas em viver de acordo com nossos próprios valores e objetivos.
Foi nesse cenário que me inscrevi em meu primeiro curso de reprogramação mental, com Elaine Ourives, uma mestra maravilhosa que admiro profundamente. Entrei no curso inicialmente em busca de ganhos materiais, acreditando que isso resolveria meus problemas. E, de fato, o dinheiro veio. O que eu não sabia era que, sem curar minha alma, o dinheiro não permaneceria. Ele entrava, mas saía rapidamente, como se não se sentisse bem-vindo.
Com o tempo, entendi que minha relação com o dinheiro estava ligada a sentimentos profundos de não merecimento e culpa. Sentia que, ao ganhar mais, de alguma forma trairia minhas origens ou desequilibraria minhas relações familiares. Esse ciclo de crenças me levou a dissipar os recursos que conquistava. Trabalhar essas questões foi essencial para mudar minha perspectiva e começar a construir uma base mais sólida.
Essa mudança de cidade foi o início de um processo de autodescoberta e crescimento. Apesar da solidão e dos desafios, abriu caminho para que eu pudesse me tornar a pessoa que sou hoje. Ainda estou aprendendo, mas esse foi o primeiro passo para retomar as rédeas da minha vida.
As rédeas da sua vida estão nas mãos de quem? Pense nisso, e nos encontramos na próxima reflexão.
Beijos com amor,
Juliana Neves
